terça-feira, 24 de setembro de 2013

Samba pra ser lido

Robson Nunes
Para Voz e Violão
REG.:132009242013



Quero ser a ferida que nunca para de doer em você
O mais simples pensamento constante como a origem do universo
Quero morar nestes versos de um samba calado e chato
Quero ser a mais dolorosa pedra apertando seu sapato

Quero ser o espinho de rosa que te faz sempre sangrar
Quero ser a dor mais tinhosa que insiste em latejar
Quero ser o silêncio como um amor Quasimudo
Quero ser o ódio mais raso dos amores mais profundos

Quero que este samba não seja cantado
Seja mudo, inaudível, mais que calado
Quero que meu peito exploda ao te ver ao meu lado

Quero que este samba seja lido de qualquer jeito
Seja em prosa, verso nos pretéritos dos sujeitos
Mas não quero que seja ritmado pelas dores do meu peito

Quero que este samba seja publicado
Seja impresso, seja escrito, seja pintado
Seja em grito, seja no ouvido, seja proclamado
Que seja de qualquer jeito, só não seja cantado

domingo, 7 de julho de 2013

Brindo-te


Deixei que o tempo dissesse e ele disse,
Deixei que a vida me levasse e ela me levou,
Deixei que você me amasse e você me ganhou!

Quis que as estações passassem, mas que deixassem suas marcas,
Suas flores, suas folhas, seu calor e o frio que não passa,
Sua beleza, seu amor, sua graça.

Para que aos anos que viessem brindássemos com amor
Não em duas, mas em uma única taça

E quando, e se, a dúvida chegar
Lembre-se do seu olhar que sempre me laça.

R. Nunes

domingo, 18 de março de 2012

Livro de bolso Livre


Levo a vida como quem leva um livro de bolso
Quando fico entediado eu o abro e releio
Neste meio tempo brinco e sorrio
Faço tudo sem rodeio

Perco a cabeça, encontro o motivo
Perco o lápis, releio o livro
Acho o perdido
Me sinto Vivo

Vejo o filme
Esfrego o chão
Abro todas as gavetas
Enquanto me aqueço no Fogão

Entrego o livro
Livro-me do livro então
Livro-me do livro bem livre 
De livre e espontânea pressão

E de tanto livrar-me do livro
Que livramento livrar-me-à então?
Sei que o livro é o que me torna livre
Me livre do Amor-livre que é o mal do coração!

(Robson Nunes)

terça-feira, 13 de março de 2012

Sonhos


"E quando meu corpo se submeter ao cansaço,
E quando meu peito for mais frágil que o laço,
Então adormecerei.
E então chegarei...

No mundo dos sonhos,
Em campos tão risonhos,
Enfim te buscarei.
 E no fim... Feliz serei!"

(R. Nunes)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Minha Flor!





Não me inveja o pequeno príncipe,
Por possuir em seu mundo uma flor.
Se na vida possuí muito mais
E até encontrei meu grande Amor.

Ela é linda e formosa
Como uma flor, assim cheirosa
Ciumenta, brincalhona, teimosa
Morena-Flor, Morena-Rosa!

Morena de vários versos,
Dos momentos felizes tão diversos
Como quem busca na vida, amar
Sem pretensão de um dia mudar.

Olhe e me veja!
Veja e me ame!
Ame e perceba!
E jamais me engane!


[Robson Nunes]


(Dedicado à Lidiane Márcia dos Santos)

Há quem conjugue!



Há quem me ame!
Há quem me odeie!
Há quem me engane!

Há quem acredite!
Há quem goste!
Há quem se irrite!

Há quem fique triste!
Há quem chore!
Há quem grite!

Há uns dois ou três!
Há uns doze ou mais...
Há uns vinte e três!

Há quem cante!
Há quem cale!
Há quem me cale e encante!

Há quem escreva!
Há quem é escrito!
Há quem esqueça...
Há quem jamais é esquecido!

[Robson Nunes]

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Esse Seu Olhar



Trago pétalas destinadas.
Das flores, as mais variadas
Com cores lindas, só menos que minha amada.

Pois seus lábios e olhos
Como feitiço, me fisgaram
Agora estou preso, perdido!
Porém, livre. Me acharam...

Ela é linda, me encanta em suma essência.
Fez despertar em mim uma certa paixão
Que ainda não encontrei explicação,
Se quer na mais complexa das ciências.

É a necessidade de tê-la que me leva,
Sem horas ou desculpas,
Com Luz ou em trevas.

É seu olhar doce,
Esse seu jeito de olhar
Que me toca como anjo
E faz minh'alma suspirar!

Perco-me nessa paixão
Como louco em labirinto
E se perde meu coração
Neste sentimento lindo.

É sentimento de morte, esse tal amar
Que as vezes dói como corte
Mas que não tarda em se curar!

E mesmo que me perca em reverso
Insisto em falá-la em meus versos
E por mais que busque nas palavras
Jamais entenderão o quanto amo a minha amada!

(Robson Nunes)


[Dedicado a dona do olhar mais meigo desse mundo, Lidiane Márcia dos Santos]